sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Karnak - Comendo Uva na chuva

João Bosco - Corsário

O negrinho do pastoreio

O Negrinho do Pastoreio É uma lenda meio africana meio cristã. Muito contada no final do século passado pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão. É muito popular no sul do Brasil.
Nos tempos da escravidão, havia um estancieiro malvado com negros e peões. Num dia de inverno, fazia frio de rachar e o fazendeiro mandou que um menino negro de quatorze anos fosse pastorear cavalos e potros recém-comprados. No final do tarde, quando o menino voltou, o estancieiro disse que faltava um cavalo baio. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino que ele ficou sangrando. ‘‘Você vai me dar conta do baio, ou verá o que acontece’’, disse o malvado patrão. Aflito, ele foi à procura do animal. Em pouco tempo, achou ele pastando. Laçou-o, mas a corda se partiu e o cavalo fugiu de novo.

Na volta à estância, o patrão, ainda mais irritado, espancou o garoto e o amarrou, nu, sobre um formigueiro. No dia seguinte, quando ele foi ver o estado de sua vítima, tomou um susto. O menino estava lá, mas de pé, com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas. Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e mais adiante o baio e os outros cavalos. O estancieiro se jogou no chão pedindo perdão, mas o negrinho nada respondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou no baio e partiu conduzindo a tropilha.

Origem: Fim do Século XIX, Rio Grande do Sul.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Mula sem cabeça


Nos pequenos povoados ou cidades, onde existam casas rodeando uma igreja, em noites escuras, pode haver aparições da Mula-Sem-Cabeça. Também se alguém passar correndo diante de uma cruz à meia-noite, ela aparece. Dizem que é uma mulher que namorou um padre e foi amaldiçoada. Toda passagem de quinta para sexta feira ela vai numa encruzilhada e ali se transforma na besta.
Então, ela vai percorrer sete povoados, ao longo daquela noite, e se encontrar alguém chupa seus olhos, unhas e dedos. Apesar do nome, Mula-Sem-Cabeça, na verdade, de acordo com quem já a viu, ela aparece como um animal inteiro, forte, lançando fogo pelas narinas e boca, onde tem freios de ferro.
Nas noites que ela sai, ouve-se seu galope, acompanhado de longos relinchos. Às vezes, parece chorar como se fosse uma pessoa. Ao ver a Mula,deve-se deitar de bruços no chão e esconder Unhas e Dentes para não ser atacado.
Se alguém, com muita coragem, tirar os freios de sua boca, o encanto será desfeito e a Mula-Sem-Cabeça, voltará a ser gente, ficando livre da maldição que a castiga, para sempre
Nomes comuns: Burrinha do Padre, Burrinha, Mula Preta, Cavalo-sem-cabeça, Padre-sem-cabeça, Malora (México),

Origem Provável: É um mito que já existia no Brasil colônia. Apesar de ser comum em todo Brasil, variando um pouco entre as regiões, é um mito muito forte entre Goiás e Mato Grosso. Mesmo assim não é exclusivo do Brasil, existindo versões muito semelhantes em alguns países Hispânicos.

Conforme a região, a forma de quebrar o encanto da Mula, pode variar. Há casos onde para evitar que sua amante pegue a maldição, o padre deve excomungá-la antes de celebrar a missa. Também, basta um leve ferimento feito com alfinete ou outro objeto, o importante é que saia sangue, para que o encanto se quebre. Assim, a Mula se transforma outra vez em mulher e aparece completamente nua. Em Santa Catarina, para saber se uma mulher é amante do Padre, lança-se ao fogo um ovo enrolado em fita com o nome dela, e se o ovo cozer e a fita não queimar, ela é.

É importante notar que também, algumas vezes, o próprio Padre é que é amaldiçoado. Nesse caso ele vira um Padre-sem-Cabeça, e sai assustando as pessoas, ora a pé, ora montado em um cavalo do outro mundo. Há uma lenda Norte americana, O Cavaleiro sem Cabeça, que lembra muito esta variação.

Algumas vezes a Mula, pode ser um animal negro com a marca de uma cruz branca gravada no pelo. Pode ou não ter cabeça, mas o que se sabe de concreto é que a Mula, é mesmo uma amante de Padre.

 

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Lenine - Jack Soul Brasileiro

Vitória Régia

Os pajés tupis-guaranis, contavam que, no começo do mundo, toda vez que a Lua se escondia no horizonte, parecendo descer por trás das serras, ia viver com suas virgens prediletas. Diziam ainda que se a Lua gostava de uma jovem, a transformava em estrela do Céu. Naiá, filha de um chefe e princesa da tribo, ficou impressionada com a história. Então, à noite, quando todos dormiam e a Lua andava pelo céu, Ela querendo ser transformada em estrela, subia as colinas e perseguia a Lua na esperança que esta a visse.
E assim fazia todas as noites, durante muito tempo. Mas a Lua parecia não notá-la e dava para ouvir seus soluços de tristeza ao longe. Em uma noite, a índia viu, nas águas límpidas de um lago, a figura da lua. A pobre moça, imaginando que a lua havia chegado para buscá-la, se atirou nas águas profundas do lago e nunca mais foi vista.
A lua, quis recompensar o sacrifício da bela jovem, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente, daquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa "Estrela das Águas", que é a planta Vitória Régia. Assim, nasceu uma planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas.

Origem: Indígena. Para eles assim nasceu a vitória-régia. 


http://www.arteducacao.pro.br/Cultura/lendas

"Mês de Halloween made in Brasil - Dia do Saci"

Em homenagem ao Halloween vou postar algumas lendas brasileiras, indígenas e africanas.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

My Favorite Things - Sound of Music

Artigo da Carta Capital na Integra

Chico Buarque, Oscar Niemeyer, Leonardo Boff e mais 10 mil assinaturas pró-Dilma

Em ato público no Rio de Janeiro, a candidata encontrou-se com artistas e intelectuais
A candidata pelo PT à presidência, Dilma Rousseff, recebeu ontem no Rio de Janeiro um documento de apoio com mais de 10 mil assinaturas encabeçado por Emir Sader, Eric Nepomuceno e outros artistas e intelectuais. Participaram no teatro Oi Casa Grande o cantor e escritor Chico Buarque de Hollanda, o arquiteto Oscar Niemeyer, o escritor Fernando Morais, o teólogo Leonardo Boff, a filósofa Marilena Chauí, os cantores Alceu Valença, Elba Ramalho, Beth Carvalho, Alcione, além do governador Sergio Cabral (PMDB).
Chico Buarque e Oscar Niemeyer foram ovacionados pelas cerca de mil pessoas na plateia. O compositor elogiou a candidata e o presidente Lula: “(Dilma) vai herdar o senso de justiça social, um marco do governo Lula, um governo que não corteja os poderosos de sempre, não despreza os sem-terra, os professores, garis”. Ao final do evento, Chico comentou seu apoio à candidata petista. “Dilma é uma mulher corajosa, já passou por tudo e não tem medo de nada. Conhece o Brasil a fundo, tem grande responsabilidade social e com isso vai tocar adiante o governo Lula”. Já Niemeyer, de 102 anos, permaneceu no palco durante todo o ato público.
A candidata, por sua vez, pontuou as diferenças entre sua candidatura e a de José Serra. “Nós não achamos que crescimento social é uma alegoria de mão ou um anexo. É isso que nos distingue radicalmente dos nossos adversários”.
Depois da entrega do documento, Fernando Morais e Leonardo Boff defenderam as propostas de Dilma Rousseff. “Por que Dilma? Porque sou brasileiro, sou brasileiro que ama o Brasil, que ama a Petrobras escrita com s no final, não com x. Sou um brasileiro que é contra a privatização canibal que os tucanos fizeram no Brasil. Sou um brasileiro que defende com unhas e dentes a incorporação de 35 milhões de miseráveis ao mundo das pessoas que almoçam e jantam todo o dia”, disse Morais. Já Leonardo Boff argumentou que as duas candidaturas representam propostas diferentes para o Brasil. “Eu vou votar em Dilma porque ela é a garantia da continuidade das mudanças que o Lula introduziu nos últimos oitos anos e a chance de consolidar avanços. O resgate da dignidade dos pobres, a inclusão de milhões de pessoas, no nível da população de toda a França, é uma conquista primeira na nossa história”.